Qual carro clássico você adoraria ter em sua coleção? Neste artigo, vamos contar algumas curiosidades dos carros que encantaram milhares de consumidores e continuam chamando a atenção no mercado de usados e colecionáveis. Quem tem um desses na garagem com certeza sabe que está conservando um belo tesouro.

Confira a lista de quatro carros antigos que merecem ser lembrados:

O primeiro Fusca foi lançado pela fabricante Volkswagen, em 1935. O modelo criado pelo alemão Ferdinand Porsche - o mesmo da marca Porsche - viria a conquistar o mundo todo. Na época, já sob domínio nazista, a Alemanha buscava se desenvolver tecnologicamente, a fim de se sobressair enquanto potência.

O plano deu muito certo. O “carro do povo” havia sido desenhado para ser acessível e econômico. Ele ainda contava com algumas inovações, como o câmbio de quatros marchas e o motor refrigerado a ar instalado na traseira.

No Brasil, o Fusca começou a ser produzido em 1959 e foi líder de vendas por 24 anos seguidos, até 1982. A produção nacional foi interrompida 4 anos depois e retomada temporariamente entre 1993 e 1996, a pedido do então presidente Itamar Franco. Foram mais de três milhões de exemplares fabricados no país.

A produção mundial do sedã foi encerrada em 2003, no México. Hoje o fusca continua sendo utilizado por milhares de brasileiros, mas também é admirado como carro de colecionador, especialmente no estado de São Paulo.

Pelo mundo, o Fusca ganhou diversos apelidos, como Beetle (“besouro”) e Carocha. O carro também chegou a ser astro de cinema no filme “Se meu Fusca falasse”. No Brasil, seu dia é comemorado em 20 de janeiro.

O primeiro Cadillac foi idealizado pelo norte-americano Henry Martyn Leland e lançado em 1902. O nome da marca é uma homenagem ao explorador francês Antoine Launet Lamothe du Cadillac, conhecido por fundar a cidade de Detroit (EUA), um importante símbolo na história da indústria automobilística.

Com o tempo, a marca se tornou referência em inovação. Em 1954, o Cadillac tinha direção hidráulica, motor de 230 cavalos de potência e banco dianteiro motorizado com quatro posições.

Dois anos depois, o Cadillac Sedan de Ville era o primeiro carro de luxo com teto rígido e quatro portas. Em 1912, a marca lançava o primeiro modelo a usar um sistema de instalação elétrica e motor de arranque, ao invés de manivelas de partidas.

O automóvel de luxo chamava a atenção pelo seu design. Entre as décadas de 1950 e 1960, o carro possuía uma traseira comprida, que ficou conhecida como "rabo-de-peixe". A versão de 1955, o Fleetwood rosa e branco, se tornou o veículo favorito do cantor Elvis Presley, que tinha grande admiração pela marca.

O Cadillac ainda predomina na paisagem de Cuba, que teve sua frota nacional paralisada desde o embargo imposto pelos Estados Unidos, nos anos 1960. O país era o maior importador de carros norte-americanos na época e acabou perdendo os avanços do mercado automotivo por causa do conflito político.

O Impala era o desejo de consumo dos americanos, uma versão de luxo do Bel Air. Fabricado desde 1958, o veículo teve um início modesto, com cerca de 180 mil exemplares produzidos, entre cupês e conversíveis, e poucas vendas.

Mas não demorou muito para que o modelo se tornasse uma estrela entre os veículos da Chevrolet. Em 1959, a marca decidiu que o carro se tornaria independente da Bel Air e ganharia seu próprio acabamento. A segunda geração também ganhou uma versão perua e sedã.

O Impala acabou construindo uma identidade forte, com características que se tornaram clássicas e continuam sendo valorizadas entre colecionadores. As linhas laterais e as asas-de-gaivota se tornaram marca registrada na memória dos apaixonados por carro.

Na década de 1960, o Impala ganhou uma versão esportiva, chamada SS, com assoalho semelhante aos de carros de corrida. Na mesma época, ao observar uma mudança na preferência do público, que passava a valorizar designs mais limpos, a marca tratou de inovar. Até hoje, a versão de 1964, sóbria e elegante, está entre as mais procuradas, considerada um grande clássico.

Porém, com o passar dos anos, o Impala foi perdendo o posto para veículos menores e mais econômicos. Na tentativa de continuar no mercado, as gerações seguintes acabaram perdendo a essência, deixando de encantar. Com seus altos e baixos, o carro parou de ser produzido três vezes, sendo a última em 2020.

É claro que o utilitário mais querido do mundo não podia ficar de fora dessa lista. A Kombi foi idealizada pelo importador holandês Ben Pon, com a proposta de ser um veículo leve usado para transporte de cargas e passageiros.

Ele já era produzido na Alemanha desde 1949, com componentes derivados do Fusca, a carroceria em monobloco e motor traseiro refrigerado a ar. No ano seguinte, a Kombi passou a ser montada no Brasil pela Brasmotor, com peças importadas. A Kombi começou a ser produzida nacionalmente um ano após a instalação da Volkswagen no país, em 1956.

A Kombi teve cinco versões, mas somente os modelos Corujinha (T1) e Clipper (T2) foram fabricados aqui. Em dezembro de 2013, porém, a produção nacional foi encerrada, pouco antes da lei que obriga a presença de airbags e freios ABS entrar em vigor. A lei nacional foi instituída em 2014, mas o utilitário não era preparado para comportar estes itens.

Para fechar com chave de ouro, a série final de Kombis ganhou o nome de "Last Edition" (última edição) e seu último exemplar foi levado para um museu na Alemanha. Assim como o Fusca, a Kombi tem sua data comemorativa: 2 de setembro. O veículo também já foi estrela de cinema, em 2006, no filme "Pequena Miss Sunshine".

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